quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

A sociedade sem Deus

É decepcionante que a igreja (feita de concreto) esteja sendo objeto de separação entre os povos de diferentes culturas.Praticamente nenhuma religião tem exercido o verdadeiro significado de amor e união entre seus semelhantes,se é que ainda podemos nos igualar aos outros desse modo.
Já vivemos várias transformações no modo de pensar na ligação entre sociedade e Deus,dentre elas o teocentrismo,(do grego θεóς, theos, "Deus"; e κέντρον, kentron, "centro") ,vivido na Idade Média,tendo Deus no centro de tudo e um mundo subordinado as leis divinas,onde havia diversas perseguições por esse motivo a quem questionasse os fatos em que se dava explicações justificadas pela igreja.
Mais adiante,com correntes de pensadores como o Renascimento e o Iluminismo,já no Modernismo e como avanço da ciência e do modo de pensar,impôs-se o antropocentrismo(do grego άνθρωπος, anthropos, "humano"; e κέντρον, kentron, "centro"),uma sociedade centrada no homem que possui uma justificativa baseado nas ciências biológicas e sociais,de maneira que predomine a razão.
O resultado desenvolvido através das gerações até a atual é a sociedade SEM Deus,ou mais do que isso,que não necessita de Deus para coisa alguma.Exemplo disso é a proposta de lei onde o Estado adota um sistema laico(sem relações oficiais entre o governo e a Igreja) e proibe símbolos religiosos de qualquer repartição pública,,pode parecer insignificante retirar crucifixos de Câmaras,cartórios e outras repartições ,e parece plausível para não desreipeitar as diferenças religiosas,porém se fosse somente isso seria uma atitude inofensiva e coerente. O objetivo mascarado por trás dessa adoção de pensamento é o derradeiro mal,mais do nunca a sociedade quer se livrar de qualquer responsabilidade submissa aos ensinamentos sagrados;
As consequências dessa concretização podem ser catastróficas,um verdadeiro caos,agravando a situação de uma sociedade já doentia,aprisionada dentre paredes de concreto,frente de uma máquina,criando laços virtuais facilmente descartáveis sem nenhum peso na consciência e satisfações.
A falta de amor e caridade se refletem perfeitamente na humanidade de hoje que apenas manifesta sua pobreza existencial e a incapacidade de satisfação através de uma relação de afeto e de sentimentos.A única relação que predomina é de manipulação e uso e desuso,como a lei de Lamarck,como um membro inutilizado que atrofia,quem disse que Lamarck está totalmente equívocado?
Erich Fromm é intenso ao falar de amor:"se eu amo o outro,sinto-me um só com ele,mas como ele é,e não na medida em que preciso dele como objeto para meu uso"[A arte de Amar,pág. 35).
Mais um Natal vem se aproximando,dizem que as pessoas ficam mais humanas...o que é uma pena.Precisamos de humanos que vão além,que sonham e que amam e que não tem medo e nem se arrependem disso e não apenas humanos.
Feliz Natal a todos e boas festas,desejo de coração que possam viver intensamente o significado desta data tão linda.
Karla J.

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Paradoxos contemporâneos com relação ao ser feminino

É evidente que a mulher já conquistou alguns direitos frente a sociedade,direitos esses que já deviam ter sido concedidos a muitos anos atrás,já que os manifestos feministas existem desde o Iluminismo com a pensadora Mary Wortey Montagu (defensora da educação feminista) criticava e expressava indignação diante a uma sociedade preconceituosa em gênero. Apesar da mulher representar aproximadamente mais da metade da população mundial(UNESCO),sua participação política ainda é insignificante, ocupando apenas 20% dos cargos públicos.Este estado de diferença se dá em razão da grande desigualdade de vivermos em uma sociedade machista,que possui valores fundamentados em cultura, leis, e até mesmo em escrituras religiosas contendo ideologias ultrapassadas. Praticamente quase tudo foi transformado e modernizado: meios de comunicação, moradias, moda e estética, formas de governo e economias, dentre muitas outras coisas a favor da humanidade, menos os velhos padrões de submissão dos aspectos de vida femininos,tanto físicos como morais, a mulher é objeto e não sujeito da história. Essa raiz de indiferença bloqueia não o avanço da mulher como da civilização, pois não podemos esquecer que mesmo tendo diferenças, somos todos seres humanos, analisando por esse paradigma,esse tipo de pensamento retarda o desenvolvimento de um mundo que pode vir a se tornar justo e digno para ambos os gêneros e todos os seres. Evidência desse retardo é o pensamento de platônico, que é bem mais fundamentado que o atual,mesmo se adequando aos conhecimentos limitados da época antiga, que compensava em seu pensamento de uma sociedade como um todo,dentro de um regime democrático.Platão acreditava que as diferenças entre homens e mulheres são apenas acidentais(como o fato da mulher dar a luz e o homem procriar), portanto ambos podem ocupar-se das mesmas funções, tendo os dois capacidades iguais com diferenças anatômicas. Em “A República”, Platão reitera palas palavras de Sócrates: ”Não penses que o que eu disse cabe mais aos homens que às mulheres, a quantas delas por natureza forem competentes”, ao caracterizar como devia ser a educação do governante da cidade(Livro VII,A República).O pensamento de Platão expressa o contrário do que a sociedade grega, que nem ao menos considerava as mulheres cidadãs. O intrigante e decepcionante é que muitos anos se passaram e a desigualdade ainda existe no pensamento contemporâneo, em pleno século XXI, em que se esperava uma nova evolução, realmente podemos refletir sobre tudo isso e o por quê da decadência do caráter social.A própria mulher vive em um mar de futilidade,deixando de submeter-se a obedecer às ordens masculinas e a “escravidão” do lar e a família,para obedecer ao idealismo capitalista da mídia. A mulher moderna trabalha fora, é independente e livre, todavia é escrava da cirurgia plástica, botox,de um corpo magro e esbelto, de uma pele macia e jovem e a necessidade de provar que realmente pode ser comparar a competência masculina.Qual será o próximo plano para manter a desigualdade e manipulação?

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

O ateu da ética!

"Mesmo que fosse verdade que precisamos de Deus para ser bons,isso obviamente não tomaria a existência de Deus mais provável,apenas mais desejável" é o que diz Richard Dawkins,mais um ateu que recore a críticas do comportamento humano para provar a inutilidade da crença em Deus.O argumento da vez é :"se Ele não existe,por que ser bom?",ou seja, a bondade de uma pessoa está mascarada porque Deus existe ou não existe,no caso,sem Deus, as morais são relativas e arbitrárias.
O raciocínio é bom,mas infelizmente Dawkins recorre a ideologia de "superioridade ateu,intelectualmente ,ponderalmente e moralmente",porém sua falha mais decepcionante fora a sua intepretação de como as pessoas reagiriam sem a crença em Deus no mundo,ou seja a câmera divina observando até nossos pensamentos mais sujos e pecaminosos.
Embora ele tenha criticado a ética do dever de Kant,não foi capaz de analizar outro argumento que não seja sua concepção religiosa,além de não conseguir formular claramente porque a ética de Kant é "incorreta".
Enquanto houver intolerância religiosa,para mim suas justificativas "filósoficas" continuarão a ser senso comum.

sábado, 3 de outubro de 2009

Reflexão Sobre o Encontro na Relação Fenomenológica Existencial

Martin Buber, filósofo austríaco que pensa o homem como um ser: que se constitui como ser humano através do ''entrar em relação'', que fundamenta sua existência a partir do seu atuar no mundo, que é a expressão da linguagem que usa. Sua grande contribuição à filosofia foi a de ter feito uma ontologia da relação, ocupando-se com o que de essencial acontece entre os seres humanos e entre o homem e Deus. Acredita, ainda, que é através da palavra que o homem se introduz na existência. Buber destaca duas possibilidades do EU revelar-se como humano: através do relacionamento EU-TU e do relacionamento EU-ISSO. Sobre a relação entre eles, diz Buber: ''O ISSO é a crisálida, o TU a borboleta. Porém, não como se fossem sempre estados que se alternam nìtidamente, mas, amiúde, são processos que se entrelaçam confusamente numa profunda dualidade". Eu-Tu e Eu-Isso são chamados por Buber de palavras-princípio e ele ressalva que "não há Eu em si, mas apenas o Eu da palavra-princípio Eu-Tu e o Eu da palavra princípio Eu-Isso." É novamente a afirmação de que o homem é um ser em relação, ser-com o mundo. O reino do Isso, o domínio do Isso, acontece quando eu percebo, experimento, quero, sinto, penso em alguma coisa. "O mundo como experiência diz respeito à palavra-princípio Eu-Isso", diz Buber, acrescentando que "a palavra princípio Eu-Tu fundamenta o mundo da relação". Embora Buber, às vezes, se refira ao modo de ser Eu-Tu como relação plena, imediata e que engloba a totalidade do ser, ressalto que ambas as palavras-princípio fazem parte da existência humana e são inseparáveis Quanto à relação psicoterápica, ela deve ser uma busca permanente do modo de ser Eu-Tu que inclui a afirmação do outro como pessoa, o reconhecimento que terapeuta e cliente são o mesmo tipo de ser, além de uma postura fenomenológica que, através da epoché, propicie uma abstenção de julgamento para que o cliente possa ser encontrado sem obstáculos, na sua singularidade.
Bibliografia:
Buber, Martin (1979) - Eu e Tu - São Paulo, Editora Moraes
Buber, Martin (1982) - Do dialógo e do dialógico - São Paulo - Perspectiva.

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Filosofar além...

A Filosofia Contemporânia,a partir do século XX, contém grupos de filósofos preocupados em estudar a Filosofia da Filosofia,como uma espécie de Metafilosofia.Em meios a vários textos de críticas,os que são mais críticos são os direcionados a questionar a Filosofia de René Descartes.As ideias cartesianas,céticas e racionalistas, criam descontentamento por boa parte de filósofos,como se sua filosofia não fosse suficiente para argumentar ou provar alguma coisa. O texto abaixo de C.-S Peirce é totalmente alticartesiano e descreve bem esse sentimento de insatisfação.
O estado de crença-C.-S.Peirce-Textos anticartesianos
Os princípios expostos em nossa primeira parte conduzem imediatamente a um método que faz atingir uma clareza de ideias bem superior à "ideia distinta"dos lógicos.Reconhecemos que o pensamento é incitado á ação pela irritação da dúvida e cessa quando se atinge a crença:produzir a crença é portanto a única função do pensamento.Essas são,contudo,palavras bem grandiosas para o que quero dizer,parece que vistos através de um microscópio moral.As palavras dúvida e crença,da maneira que empregamos normalmente,são usadas quando se trata de religião e de outros assuntos importantes.
Emprego-as aqui para designar a posição de qualquer questão grande ou pequena e sua solução(...).Qualquer que seja sua origem,a dúvida estimula o espírito a uma atividade fraca ou energética,calma ou violenta.A consciência vê passar depressa ideias que se fundem incessantemente uma na outra-isso pode durar uma fração de segundo,uma hora ou anos-até que finalmente,tudo terminado,tenhamos decidido como agiremos em circunstâncias semelhantes aquelas que causaram a hesitação e a dúvida em nós.Em outras palavras,atingimos o estado de crença.
Referências Bibliográficas:
A Filosofia no século XX- Jean Lacoste

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

terça-feira, 1 de setembro de 2009

O homem como um animal político...

Refletindo sobre a virtude política
Atualmente quando se pensa em política, logo vem a mente um conceito distorcido da definição refletida, ou seja, a idéia de que a política se restringe aos homens que governam ou que exercem algum tipo de influência ou poder sobre o país. Pela infame imagem de nosso país, de governantes corruptos, a sociedade tem desenvolvido uma visão crítica positiva, mas de ponto errado, por considerar a política como o palco de baixarias e personagens baixos. Todavia a política é uma virtude, contrária do que o senso comum discute, esta ciência tem como principal função dar ao cidadão o exercer de seus direitos, englobando a busca de um mundo justo e dos seus valores, éticos e morais. Assim como Sócrates e Platão já cultuavam a certeza de que só se constrói uma sociedade que visa o bem geral através da política. Como exemplo do modo simplista que as pessoas vêem a política temos as reposições das aulas aos sábados, causada pelo nova gripe, e principalmente o voto, o que era para se entender como um direito, passou a se entender como um dever ou uma obrigação,causando até repulsa pela maioria que pensam dessa forma.
Uma das melhores definições de política e do homem como um animal político é a de Aristóteles, que diz que todo homem é essencialmente destinado à vida em comum na polis e somente aí se realiza como ser racional. É um animal político por ser exatamente um animal de linguagem, sendo a vida ética e a vida política artes de viver segundo a razão.
"É evidente que a cidade faz parte das coisas naturais, e que o homem é por natureza um animal político. e aquele que por natureza, e não simplesmente por acidente, se encontra fora da cidade ou é um ser degradado ou um ser acima dos homens, segundo Homero (Ilíada, IX, 63) denuncia, tratando-se e alguém: sem linhagem, sem lei, sem lar.Aquele que é naturalmente um marginal ama a guerra, e pode ser comparado a uma peça fora do jogo. Daí a evidência de que o homem é um animal político mais ainda que as abelhas ou que qualquer outro animal gregário. Como dizemos freqüentemente, a natureza não faz nada em vão; ora, o homem é o único entre os animais a ter linguagem (logos). O simples som é uma indicação do prazer ou da cor, estando portanto presente em outros animais, pois a natureza destes consiste em sentir o prazer e a dor e em expressá-los. Mas a linguagem tem como objetivo a manifestação do vantajoso e do desvantajoso e portanto do justo e do injusto. Trata-se de uma característica do homem ser ele o único que tem o senso do bom e do mau, do justo e do injusto, bem como de outras noções deste tipo. É a associação dos que têm em comum essas noções que constitui a família e o estado." (Política - Aristóteles)
Por esses motivos a reflexão da política deve ser incentivada, para que possamos ser cidadãos presentes e lutar por direitos de igualdade e boas condições de vida.

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Preservação da Biodiversidade: Respeito a vida

” Quando o homem aprender a respeitar até o menor ser da criação, seja animal ou vegetal, ninguém precisará ensiná-lo a amar seus semelhantes", assim disse o filósofo Albert Schweitzer em sua "Ética do Respeito a Vida", pensamentos como esse evitariam a perda da Biodiversidade,contribuindo para a preservação da flora e da fauna, pois atualmente a sociedade deveria ser premiada com o troféu motosserra de ouro.
A extinção de uma única espécie pode acarretar diversos problemas para a cadeia alimentar,ou seja, o ciclo natural dos seres vivos,pois quando uma espécie é afetada todas sofrem consequências.O exemplo que comprova isto são os oceanos que estão cada vez mais absorvendo da atmosfera o gás carbônico,isso aumenta a acidez no mar, e coloca em risco a vida dos corais,prejudicando a proteção da costa dos maremotos e sua função de abrigar aproximadamente um terço das espécies marinhas.
O mesmo se aplica à reciclagem,sabe-se que é necessário reciclar,mas muitas vezes não existem postos de coletas, ou simplesmente não são divulgados nos bairros e nas cidades.Assim,o lixo é depositado no meio ambiente e polui o solo e os oceanos.
Um dos principais problemas da sociedade é a desvalorização para com a natureza,as atitudes práticas de preservação ambientais ficam somente na teoria e não acontecem.Se todos olhassem para uma árvore com o amor que um biológo sente,o mundo seria perfeito,pois quando o ser humano "amar seus semelhantes",conseguirá guardar o mundo para o futuro e não só para si,já que não existem soluções,o problema ambiental não pode ser revertido e sim amenizado.Cabe ao mundo atual a responsabilidade de preservar um planeta sustentável e consciente para gerações futuras poderem desfrutar do mesmo.
Autoras:
Aléxia Roche e Karla J.

domingo, 2 de agosto de 2009

A música dos rótulos!

Antes das férias recebi uma peça de Johann Sebastian Bach(1685-1750),"Adagio"(Fragmento do II Movimento do Conserto para Cravo)que me chamou atenção,além da beleza da peça feita para cravo e trascrita para o violão pelo Professor Edson Lopes,algo depertou minha curiosidade: eu já ouvira essa música antes,mas de onde?

Foi onde pesquisei e descobri que a peça de Bach teria sido tema de um certo casal em uma novela,o engraçado é que as pessoas ouviam o tempo todo uma música barroca de Bach e nem mesmo sabiam. A peça foi "regravada" com letra por Caetano Veloso e Flávio Venturini,"Céu de Santo Amaro",depois também descobri que outro cantor também já havia gravado com letra,mas em outro idioma,no inglês,Tony Stevens,o Jessé,denominada "If you could remember".

Para os que se dizem "conhedores" da boa música e músicos, essa versão da peça de Bach é uma vulgarização da música erudita,ainda mais se colocada em um reles tema de novela.
Ouvi um professor de violão erudito,chamar atenção de um aluno porque tinha feito uma adaptação da "9ª Sinfonia de Bethoven" em bossa nova,música popular brasileira.Isso me lembrou um certo depoimento da cantora Ana Carolina sobre seus ouvintes e sua música.Nele,ela comenta que sua música era alternativa,ou seja,era limitada por um grupo de pessoas que só escuta "boa música".Quando pela primeira vez sua música fez parte de um tema de novela e logo tomou conta das rádios obviamente os fãns fizeram críticas pela "popularização" da música da cantora.Infelizmente o mesmo acontece com a música erudita,evitando que as pessoas tenham acesso a ela e ao mesmo tempo a desvalorização de nossos músicos,que fazem músicas que não são "da parada de sucesso".
A contradição está em criticar a falta de valorização dos bons músicos e do incentivo da cultura musical brasileira,mas limitar a música de qualidade para poucos afim de não populariza-la,como se fosse vulgarizar a arte musical.
Infelizmente tratam a música como se tivesse rótulos para destinatários certos,enquanto isso compositores brasileiros,como Villa Lobos, Ernesto Nazareth, Domingos Semenzato,Pixinguinha,Cartola,Tom Jobim permanecem desconhecidos pela maioria, e músicos banais, com músicas sem letra e melodia decentes vendendo milhões de CDS e DVDs.

Para concluir um trecho do artigo do antrópologo Rafael José de Menezes Bastos, sobre a influência da música popular brasileira no Brasil na década de 30 até o Governo Vargas e sua origem de como se difundiu com a música erudita.

"Tipicamente, o que ela faz é vê-la como resultado de processos evolutivos, culturativos e de difusão que têm as músicas folclórica e erudita como matérias primas, transformadas num produto cuja essência é a secularização, a dissolução e a comercialização. Assim, a música popular é vista como uma dupla degeneração: da folclórica, devido à perda de sua propalada autenticidade; da erudita, como conseqüência da falência de sua atribuída sofisticação. Tal ideologia – similar àquela investigada por Middleton (1990) e Hamm (1995) para o caso anglo-saxão –, da mesma maneira que aquela que desenha a fábula em sua variante musicográfica,consolidou-se na musicografia brasileira também nos anos 1930,com base no clássico de Mário de Andrade, A Música e a Canção Populares no Brasil (1962: 153- 188 [1936]). Neste, o uso do pejorativo “popularesca” (: 167) para referir-se à música popular é um sintoma do peso de seu julgamento sobre ela, o que também teve impactos fundos na educação e cultura brasileiras. Apesar de tanta desqualificação, o mínimo que se pode dizer da música popular brasileira é que ela, desde as origens mais antigas, é uma arena absolutamente privilegiada de discussão dos problemas do Brasil. O estado e os governos, como os costumes - envolvendo questões de classe e estilos de vida, étnicas e raciais, de gênero e familiares –, são alguns de seus assuntos preferidos (Menezes Bastos 1996a). Essa inclinação mostrou-se particularmente evidente durante alguns períodos críticos da história do Brasil – como, no século XX, a era Vargas (1930-1945) e o regime militar (1964-1985) -, quando a sociedade se dividiu em posições muitas vezes inconciliáveis. A música popular brasileira tem sido, então, desde sua incepção – anterior à própria Independência 3 -, um universo dialógico crucial no interior do qual a sociedade conversa, negociando armistícios e os destinos do Brasil".

As músicas comentadas no ínicio:

Original: http://www.youtube.com/watch?v=LZS95kso9Yw

Céu de Santo Amaro,Flávio Venturini e Caetano Veloso(letra maravilhosa)

http://www.youtube.com/watch?v=AyQdpN3poO0

Tony Stevens,o Jessé-"If you could remember"

http://www.youtube.com/watch?v=8liNR8T1IJY

Referências Bibliográficas: As Contribuições da Música Popular Brasileira às Músicas Populares do Mundo: Diálogos Transatlânticos Brasil/Europa/África (Primeira Parte) Rafael José de Menezes Bastos

quinta-feira, 9 de julho de 2009

O homem:um ser político

"Então, Zeus, temendo que a nossa espécie se extinguisse, encarregou Hermes de levar aos homens os dons do pudor e da justiça como norma para a convivência a ligar os ho­mens pêlos laços da civilidade. Depois de estabelecer que o pudor e o senso da justiça fossem repartidos a todos os homens sem exceção, ordena que, em seu nome, todo homem incapaz de pudor e justiça "seja exterminado como se fosse uma peste na sociedade". E assim, a humanidade sobreviveu e progrediu. Em seguida, Protágoras apresenta seus argumentos, tratando a questão "ponto por ponto". Afirma que, em relação às artes, concorda que os profissionais não admitam que amadores dêem palpite. "Mas, quando se delibera sobre política, que se apoia no senso da justiça e na temperança, é adequado admitir todo o tipo de gente a opinar. Pois é necessário que todos tenham parte na virtude da civilidade. Senão, não poderia existir a cidade." Depois, quanto à possibilidade de se ensinar a virtude política, oferece outros argu­mentos: "No ensino da virtude, a tarefa dos pais começa desde os primeiros anos e estende-se até a morte [...]. Cada ato, cada palavra serve de ocasião para uma lição: 'Isto é justo, dizem-lhe, aquilo injusto; isto é belo, aquilo vergonhoso; isto agrada aos deuses, aquilo desagrada; faça isto, não faça aquilo'. [...] Depois, os pequenos são mandados à escola [...]. Ali conhecem as muitas normas, muitas histórias de louvor aos heróis antigos. Ë que se espera que a criança os imite e busque se assemelhar a eles." "Pelo fato de todos ensinarem a virtude, cada um na sua oportunidade, parece que ninguém a ensina. É o mesmo que se dá ao procurar um professor específico para ensinar a falar o grego (nossa língua materna). Não existe tal professor." Depois da exposição da fábula e dos argumentos, Sócrates vira-se para o candidato a discípulo de Protágoras e exclama: "Hipócrates, filho de Apolodoro, como agradeço me fazeres vir a este encontro! Por nada no mundo trocaria o prazer de ter ouvido este discurso de Protágoras".

Tomei a liberdade de resolver os exercícios do caderno do aluno e atrávez do diálogo de Platão montei uma pequena interpretação do texto.
No diálogo de Platão, "Protágoras",apresentam uma das teses mais antigas sobre a virtude política.
O jovem Hipócrates pede para Sócrates que o apresente a Protágoras,afim de tornar-se seu discípulo.Em uma reunião,Protágoras se exibe para uma "plateia" ateniense.Sócrates apresenta Hipócrates a Prótagoras e em seguida o questiona sobre a ciência para qual ele se refere dedica-se e o desafia a provar se realmente a ciência política pode ser ensinada.Então Protágoras se propõe a convencer Sócrates que é possível por meio do que ficou conhecida como "Mito de Protágoras".
Protágoras afirma que a ciência da política é a ciência encarregada de administrar a vida doméstica e a vida nas cidades,além das outras condições que a complementam ou compõe,o pudor e o senso de justiça e temperança.Mas Protágoras estava certo quando afirmou que é possível ensinar uma virtude?Sócrates o interroga em função de ser uma virtude,não específicamente a política.Vendo por esse lado a virtude da política não exatamente pode ser ensinada,mas o homem,como ser racional,conhece o que é certo ou errado,justo ou injusto,pois são valores que afetam a ele diretamente,por exemplo o sentimento de humilhação de injustiça,situações que ferem o sentimento de quem ainda não perdeu toda a capacidade de se indignar.Nesse sentido entende-se que o homem é naturalmente um ser político,pois precisa ser.É necessário que a sociedade estabeleça regras,limites,para que se viva com respeito,igualdade entre os seus semelhantes de maneira mais harmonioza possível.

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Os verdadeiros guerreiros

Compartilho aqui um texto dos filósofos Gilles Deleuze e Félix Guattari apresentado em uma das aulas de Filosofia.

Filosofia,ciência e arte-Deleuze e Guattari
"Pedimos somente um pouco de ordem para nos proteger do caos.Nada é mais doloroso,mais angustiante,do que um pensamento que escapa a si mesmo,ideias que fogem,que desaparecem apenas esboçadas,já corroídas pelo aquecimento ou precipitadas em outras,que também não dominamos.São velocidades infinitas,que se confundem com a imobilidade do nada incolor e silencioso que percorrem,sem natureza nem pensamento.É o instante que não sabemos se é longo demais ou curto demais para o tempo.Recebemos chicotadas que latejam como artérias.Perdemos sem cessar nossas ideias.É por isso que queremos tanto agurrar-nos as opiniões prontas.Pedimos somente que nossas ideias jamais teve outro sentido:fornecer-nos regras protetoras,semelhança,contiguidade,causalidade,que nos permitem colocar um pouco de ordem nas ideias,passar,passar de uma a outra segundo uma ordem do espaço e do tempo,impedindo nossa "fantasia"(o delírio,a loucura) de percorrer o Universo no instante, para engendrar nele cavalos alados e dragões de fogo.Mas não haveria nem um pouco de ordem nas ideias,se não houvesse também nas coisas ou estados de coisas,como um anticaos objetivo: "Se o cinábrio fosse ora vermelho,ora preto,ora leve,ora pesado...,minha imaginação não encontraria a ocasiãopara receber,no pensamento,o pesado cinábrio com a representação da cor vermelha".E,enfim,para que haja acordo entre coisas e pensamento,é preciso que a sensação se reproduza,como garantia ou o testemunho de seu acordo,a sensação de pesado cada vez que tomamos o cinábrio,a de vermelho cada vez que o vemos,com nossos órgãos do corpo,que não percebem o presente,sem lhe impor uma conformidade com o passado.É tudo isso que pedimos para formar uma opinião,como uma espécie de "guarda-sol" que nos protege do caos.
Nossas opiniões são feitas de tudo isso.Mas a arte,a ciência,a filosofia exigem mais:traçam planos sobre os caos.Essas três disciplinas não são como as religiões,que invocam dinastias de deuses,ou a epifania de um deus único,para pintar sobre o guarda-sol um firmamento,como as figuras de uma Urdoxa de onde derivariam nossas opiniões.A filosofia,a ciência e arte querem que rasguemos o firmamento e que mergulhemos no caos.Só o vencemos a este preço.Atravessei três vezes o Aqueronte como vencedor.O filósofo,o cientista,o artista parecem retornar do país dos mortos[...]As três disciplinas procedem por crises ou abalos,de maneira diferente,e é a sucessão que permite falar de "progresso" em cada caso.Diríamos que a luta contra o caos implica afinidade com o inimigo,porque uma outra luta se desenvolve e toma mais importância,contra a opinião que,no entanto,pretendia nos proteger do próprio caos."

Como já tinha dito Schopenhauer(em postagens anteriores),a filosofia é um árduo caminho a se percorrer,segundo Deleuze e Guattari um mergulho no caos,mais do que isso é querer mergulhar no caos,afim de criar afinidades com o próprio "inimigo",afinidades para que se possa conhecer seus pontos fracos,é a única maneira de entrar em contato com o mal e sair ileso.Tudo isso porque nossas opiniões são formadas a partir do simples conhecimento empírico,que provém de nossas experiências,mas é muito pobre o conhecimento que deriva dos nossos sentidos e da conformidade com o passado,é exatamente isso que Deleuze e Guattari se referem quanto ao "guarda-sol que nos protege do caos",que na verdade nos esconde a realidade,ao que induz a pensar na "Alegoria da Caverna" de Platão,dos homens dentro de cavernas que só percebem o mínimo de realidade através das sombras na parede.O "guarda-sol" e a "caverna" desempenham o mesmo papel de obstáculos que impedem a visão da realidade.É por isso que a doxa,a pura opinião é insuficiente para a Filosofia,a Ciência e a Arte,é preciso mergulhar no caos,enxergar o que há além do que fica no "guarda-sol" e não temer o que tem a enfrentar,pois os verdadeiros guerreiros não desistem e procuram o bem maior para todos que o cercam.Nas palavras de Schopenhauer:"
"A Filosofia é uma estrada isolada numa grande montanha(...)
Quem a percorre não deve temer,mas deixar tudo para trás e abrir caminho,confiante,na neve do inverno.(...)

Um pouco de história da música ou curiosidades...

Músicos e Demônios ou músicos demônios?
Com o surgimento do violino e, bem depois,do piano, os limites do possível foram expandidos além da imaginação. O arco do violino reinventado por François Tourte no séc. XVIII fez a pirotecnia subir de vez aos palcos, as partituras transbordarem exigências e os compositores alucinarem. A música no passado curava picadas de aranhas (Tarantella) e seduzia as mulheres. De exorcisar demônios, passou a andar de braços dados com eles. Tartini, no séc. XVIII, sonhou que o próprio capeta havia lhe tocado uma peça maravilhosa,quase impossível. Sentou-se e passou a escrever o que ouvira: “O Trillo (ornamento musical) do Diabo”.Nicolò Paganini chegou à exaustão, e criou uma peça difi cílima sobre apenas uma corda (as demais, na prisão, haviam se partido), ou, como piada,entre a primeira e a quarta cordas, o que fazia com um truque. Seu corpo fi cou anos exposto, coberto por um vidro. As mãos, enormes, e a síndrome de Marfan, doença que permite aos contorcionistas de circo dobrarem as juntas nas duas direções, lhe foram generosas. Já o romântico Goethe, amigo de Beethoven, inspirou Thomas Mann em seu monumental Doktor Faustus, que descreve o pacto celebrado entre um jovem músico, Leverkhün, e o cão, o diabo: “Destruído pelo extraordinário, seu humor arruinado por nada, ele vai fi nalmente deteriorar se no desespero de executar o impossível. O problema para ele era, para seu crescente tédio e seu contagiante desgosto, o porquê de ele ainda estar dentro dos limites do possível”. “Os pianistas maravilhosos e suas máquinas voadoras” trouxeram novos holofotes à execução. Liszt, virtuoso húngaro conhecido como “O Paganini do Piano” compôs coisas malucas como os “Estudos Transcendentais” (o título é apropriado). Improvisava tanto que, em um concerto, o maestro aguardando o fim da cadência (o trecho em que o solista demonstra sozinho sua virtuosidade), ao acenar com a cabeça pedindo o retorno do tutti (a orquestra inteira), ouviu do maestro: “mas de qual música?”. Liszt pode ter sido o inventor da tietagem: pagava um troco para meninas aos prantos durante as apresentações,com direito a desmaios, moda que voltou um século depois com Beatles e Elvis. O grande castrato Farinelli (os castrati tinham suas genitálias esmagadas com duas pedras exatamente para manterem a voz feminina, devido à baixa testosterona) foi outro exemplo de encapetado. A Caruso se reputava poder quebrar um cálice de cristal com a voz. O lendário Yehudi Menuhin nunca teve aula de técnica, indo direto à música, e aos doze já tocava todos os Caprichos (tem nome melhor?) para violino de Paganini. Um trompetista maluco, Maynard Ferguson, fez um enxerto nos lábios com músculos de seus glúteos (isso mesmo, nádegas, ainda não se fazia enxerto de silicone) para alcançar as notas mais agudas, como fosse um violino. Meu professor, o solista Edwin Barker, aos 23 já havia conquistado postos em 3 das principais orquestras americanas: Chicago, Nova Iorque e Boston. Sobre ele, foi escrito um livro especial: Staying Power (algo como O Poder de Permanecer, que também soa como Stay in Power – Ficar no Poder). Seu professor, Portnoi, dizia que ele tinha coisa com o demo. Termino com uma recomendação aos jovens candidatos a virtuosi: evitem a aproximação com entes nada confi áveis. Mas o diabo (olha ele de novo) é que é tentador entrever os limites do possível, é da natureza humana. A técnica traz perfeição, mas perfeita em música é a beleza, não a virtuosidade atlética dos “possuídos”.
Henrique Autran Dourado(atual diretor do Conservátorio de Tatuí)

quarta-feira, 1 de julho de 2009

CARTA ENCÍCLICA:FIDES ET RATIO

Um pequeno trecho da carta maravilhosa do Papa JOÃO PAULO II AOS BISPOS DA IGREJA CATÓLICA SOBRE AS RELAÇÕES ENTRE FÉ E RAZÃO.
CAPÍTULO VIINTERACÇÃO DA TEOLOGIA COM A FILOSOFIA 1. A ciência da fé e as exigências da razão filosófica 64. A palavra de Deus destina-se a todo o homem, de qualquer época e lugar da terra; e o homem, por natureza, é filósofo. Por sua vez, a teologia, enquanto elaboração reflexiva e científica da compreensão da palavra divina à luz da fé, não pode deixar de recorrer às filosofias que vão surgindo ao longo da história, tanto para algumas das suas formas de proceder como para realizar funções mais específicas. Sem pretender indicar aos teólogos metodologias particulares — porque tal não compete ao Magistério —, desejo, porém, lembrar algumas funções próprias da teologia, onde, por causa da própria natureza da Palavra revelada, se exige o recurso ao pensamento filosófico.65. A teologia está organizada, enquanto ciência da fé, à luz dum duplo princípio metodológico: auditus fidei e intellectus fidei. Com o primeiro, recolhe os conteúdos da Revelação tal como se foram explicitando progressivamente na Sagrada Tradição, na Sagrada Escritura e no Magistério vivo da Igreja. (88) Pelo segundo, a teologia quer responder às exigências próprias do pensamento, através da reflexão especulativa.Quanto à preparação para um correcto auditus fidei, a filosofia proporciona à teologia a sua ajuda peculiar, quando examina a estrutura do conhecimento e da comunicação pessoal, e sobretudo as várias formas e funções da linguagem. Igualmente importante é a contribuição da filosofia para uma compreensão mais coerente da Tradição eclesial, das intervenções do Magistério e das sentenças dos grandes mestres da teologia: estes, de facto, exprimem-se frequentemente por conceitos e formas de pensamento conotados com determinada tradição filosófica. Neste caso, pede-se ao teólogo não só que exponha conceitos e termos através dos quais a Igreja possa reflectir e elaborar a sua doutrina, mas que conheça profundamente também os sistemas filosóficos que tenham, porventura, influenciado as noções e a terminologia, a fim de se chegar a interpretações correctas e coerentes.66. Relativamente ao intellectus fidei, importa considerar, antes de mais, que a Verdade divina, « que nos é proposta nas Sagradas Escrituras, interpretadas correctamente pela doutrina da Igreja », (89) goza de uma inteligibilidade própria, logicamente tão coerente que se deve propor como um autêntico saber. O intellectus fidei explicita esta verdade, não só quando investiga as estruturas lógicas e conceptuais das proposições em que se articula a doutrina da Igreja, mas também e sobretudo quando põe em realce o significado salvífico de tais proposições para o indivíduo e para a humanidade. É pelo conjunto destas proposições que o crente chega a conhecer a história da salvação, que culmina na pessoa de Jesus Cristo e no seu mistério pascal; ele participa deste mistério, com a sua adesão de fé.A teologia dogmática deve ser capaz de articular o sentido universal do mistério de Deus, Uno e Trino, e da economia da salvação, quer de modo narrativo, quer sobretudo de forma argumentativa. Por outras palavras, deve fazê-lo mediante expressões conceptuais, formuladas de modo crítico e universalmente acessível. De facto, sem o contributo da filosofia não seria possível ilustrar certos conteúdos teológicos como, por exemplo, a linguagem sobre Deus, as relações pessoais no seio da Santíssima Trindade, a acção criadora de Deus no mundo, a relação entre Deus e o homem, a identidade de Cristo que é verdadeiro Deus e verdadeiro homem. E o mesmo se diga de diversos temas da teologia moral, onde é preciso recorrer, de imediato, a conceitos como lei moral, consciência, liberdade, responsabilidade pessoal, culpa, etc., cuja definição provém da ética filosófica.Por isso, é necessário que a razão do crente tenha um conhecimento natural, verdadeiro e coerente das coisas criadas, do mundo e do homem, que são também objecto da revelação divina; mais ainda, ela deve ser capaz de articular este conhecimento de maneira conceptual e argumentativa. Assim, a teologia dogmática especulativa pressupõe e implica uma filosofia do homem, do mundo e, mais radicalmente, do próprio ser, fundada sobre a verdade objectiva.67. A teologia fundamental, pelo seu próprio carácter de disciplina que tem por função dar razão da fé (cf. 1 Ped 3, 15), deverá procurar justificar e explicitar a relação entre a fé e a reflexão filosófica. Já o Concílio Vaticano I, reafirmando o ensinamento paulino (cf. Rom 1, 19-20), chamara a atenção para o facto de existirem verdades que se podem conhecer de modo natural e, consequentemente, filosófico. O seu conhecimento constitui um pressuposto necessário para acolher a revelação de Deus. Quando a teologia fundamental estuda a Revelação e a sua credibilidade com o relativo acto de fé, deverá mostrar como emergem, à luz do conhecimento pela fé, algumas verdades que a razão, autonomamente, já encontra ao longo do seu caminho de pesquisa. A essas verdades, a Revelação confere-lhes plenitude de sentido, orientando-as para a riqueza do mistério revelado, onde encontram o seu fim último. Basta pensar, por exemplo, ao conhecimento natural de Deus, à possibilidade de distinguir a revelação divina de outros fenómenos, ou ao conhecimento da sua credibilidade, à capacidade que tem a linguagem humana de falar, de modo significativo e verdadeiro, mesmo do que ultrapassa a experiência humana. Por todas estas verdades, a mente é levada a reconhecer a existência duma via realmente propedêutica à fé, que pode desembocar no acolhimento da Revelação, sem faltar minimamente aos seus próprios princípios e autonomia. (90)Da mesma forma, a teologia fundamental deverá manifestar a compatibilidade intrínseca entre a fé e a sua exigência essencial de se explicitar através de uma razão capaz de dar com plena liberdade o seu consentimento. Assim, a fé saberá « mostrar plenamente o caminho a uma razão em busca sincera da verdade. Deste modo a fé, dom de Deus, apesar de não se basear na razão, decerto não pode existir sem ela; ao mesmo tempo, surge a necessidade de que a razão se fortifique na fé, para descobrir os horizontes aos quais, sozinha, não poderia chegar ». (91)68. A teologia moral tem, possivelmente, uma necessidade ainda maior do contributo filosófico. Na Nova Aliança, a vida humana está efectivamente muito menos regulada por prescrições do que na Antiga. A vida no Espírito conduz os crentes a uma liberdade e responsabilidade que ultrapassam a própria Lei. No entanto, o Evangelho e os escritos apostólicos não deixam de propor ora princípios gerais de conduta cristã, ora ensinamentos e preceitos específicos; para aplicá-los às circunstâncias concretas da vida individual e social, o cristão tem necessidade de valer-se plenamente da sua consciência e da força do seu raciocínio. Por outras palavras, a teologia moral deve recorrer a uma visão filosófica correcta tanto da natureza humana e da sociedade, como dos princípios gerais duma decisão ética. Vale a pena ler a carta inteira http://www.vatican.va/holy_father/john_paul_ii/encyclicals/documents/hf_jp-ii_enc_15101998_fides-et-ratio_po.html

Estamos nos destruindo!

"Quando o homem aprender a respeitar até o menor ser da criação, seja animal ou vegetal, ninguém precisará ensiná-lo a amar seus semelhantes"

Albert Schweitzer

Slide feito para o Trabalho de PD.de Matemática

Estamos nos destruindo

O vídeo é composto por fotos do PRESENTE,não são montagens,catástrofes como essas estão ocorrendo agora.Há fotos do degelo das calotas polares,que vem causando grande preocupação,pois a expectativa é que o nível dos mares aumente 7 metros,além da acidez da água que acabará com os corais e posteriormente com toda a população marinha.

A ONU divulgou um número assustador de pessoas que irão ficar sem água até o final do século XXI: 3,4 bilhões,possivelmente você e eu estaremos incluidos nesse gigantesco dado.As pessoas não entendem que já estamos praticamente sendo extintos,aos poucos,mas estamos,o futuro só irá realmente existir quando o homem passar a entender que nossa sobrevivência depende da natureza e somente dela.

Música:Ana Carolina-Nada te faltará

Mafalda:

quinta-feira, 11 de junho de 2009

Eles não sabem que está proibido!

Eles não sabem que o uso de celulares na escola está proibido,é lei.
Eles quem?
A mídia insiste em usar crianças em comerciais utilizando celulares em sala de aula,para ser mais específica e óbvio,companhias de celular,que querem faturar em cima de crianças e jovens,que são os maiores compradores desses aparelhinhos.Atualmente(depois da lei),circula um comercial muito audacioso, de um menino que anda pela escola com um celular pedindo instruções do que deve fazer para paquerar a garota.Inocente não é mesmo?Só alguém muito chato e pervertido para achar maldade em um simples comercial assim.Mas eu digo que não leitores,o objetivo desse comercial é mostrar o quanto o celular pode facilitar e quantas coisas pode se fazer com um celular,onde quer que seja,eu,como jovem,direi o que me veio a cabeça,a facilidade de passar respostas de provas ou até mesmo conversar com colegas de outra sala,filmar colegas e professores e etc...
Vejamos o que um simples celular pode causar em mãos e lugares errados.
"Vamos a um caso fictício: em uma sala de aula em escola particular no estado de São Paulo duas alunas começam uma briga. A roda se forma, as meninas caem no chão e em alguns minutos o professor que estava fora da sala intervém e as alunas, machucadas, são levadas à enfermaria, uma claramente mais ferida, com cortes no rosto e o nariz sangrando. Esta cena, apesar de lamentável, não seria tão incomum assim, não fosse o fato de um aluno ter filmado todo o ocorrido com seu ultra celular, em altíssima resolução. Publicar na internet? Ele vai além e exige sexo com a adolescente para que o vídeo não seja divulgado. A chantagem é aceita e mesmo assim o vídeo é divulgado entre os alunos do colégio por meio de comunicação bluetooth, até que um dia aparece na web. A garota, deprimida e não aguentando mais toda a pressão, abre o jogo e conta tudo aos pais, que processam os pais do adolescente e também o colégio, por permitir celulares em sala de aula."(1)
Prestem atenção, crianças e jovens(já que a mídia não sabe ou não quer saber...) No Brasil, São Paulo foi o primeiro estado a proibir os equipamentos, com a rápida aprovação da Lei Estadual 12.730/2007, prescrevendo que “Ficam os alunos proibidos de utilizar telefone celular nos estabelecimentos de ensino do Estado, durante o horário das aulas”. A lei foi regulamentada pelo Decreto número 52.625 de janeiro de 2008, que prevê que: Artigo 2º - Caberá à direção da unidade escolar:
I - adotar medidas que visem à conscientização dos alunos sobre a interferência do telefone celular nas práticas educativas, prejudicando seu aprendizado e sua socialização; II - disciplinar o uso do telefone celular fora do horário das aulas; III - garantir que os alunos tenham conhecimento da proibição
Sou a favor da lei,mas ainda acredito que cabe aos pais essa noção de utilizar os aparelhos dentro de sala de aula,se tiveram condições de entregar o aparelho nas mãos de um jovem,também tem a responsabilidade de faze-lo entender as consequências do mal uso.Vale lembrar aos senhores pais que estamos na era do "nada de cria,tudo se copia",se não quiser que seu filho seja um robô,um "copiante",quase um verme,que depende dos outros,tome conta da vida de seu filho,se inclua na educação dele.Apesar de toda a tecnologia,todos os aparelhos possuem a tecla "Desligar",vamos usar um pouco do senso comum e dizer que "A educação começa em casa".

segunda-feira, 18 de maio de 2009

We always choose the good!

Num café está o existencialista francês Jean Paul Sartre sentado a uma mesa.
Chega a empregada para lhe anotar o pedido:“ O que vai beber Sr. Sartre?
“Responde o filósofo:“ Pode ser um café, com açúcar mas sem natas
“A empregada faz que sim com a cabeça e retira-se.
Volta uns minutos mais tarde e dirige-se ao pensador:“ Lamento Sr. Sartre, mas já não temos natas. Pode ser sem leite?
Filosofia e humor:

segunda-feira, 11 de maio de 2009

"Solidão"

No que consiste o que alguns filosófos chamam de "necessidade da solidão"?Filosófos como Nietzsche e Schopenhauer santificavam a solidão como meio de manter-se livre de influências.Aproximar-se ou confiar em alguém era um erro e forma de rebaixar-se e logo sofrer,sofrimento que poderia ser polpado com a solidão.
Compreendendo Conceitos
O que é a "solidão"?
Não,a solidão não é a falta de ralacionamentos afetivos com outras pessoas.Esse é um conceito incompleto e mal elaborado,isso é apenas carência ou até mesmo saudades.Vamos tentar pensar num conceito mais amplo.
Solidão é momento livre de influências,neutro,a campanhia de "si mesmo e ao mesmo tempo sentir necessidade de dividir tais momentos e não conseguir se relacionar porque esses momentos não são aceitos,não obtém respostas.Pois bem,não é a falta do outro ser e sim a falta de compreensão e ser aceito,ou seja não de qualquer ser que ofereça companhia,mas do que compreende realmente,sem fingir e agradar.De maneira mais simplificada,a solidão é não aceitar a simples companhia dos outros,mas necessitar da verdadeira companhia,do "alguém" que se almeja compartilhar,acreditar e ser compreendido.A falta desses seres,baseia-se a solidão.
A partir desse conceito pode-se entender porque filosófos como Nietzsche e Schopenhauer eram isolados de todo o resto da sociedade,suas obras,hoje de grande valor para a Filosofia,quando vivos tão desvalorizadas,nunca entendidos,nunca reconhecidos por suas genealidades,não que quissessem,todavia,eles próprios reconheciam por pura realidade e não hipocresia,que a missão deles realmente era transformar o mundo,sabiam de suas capacidades e da superação de antigos valores(Transmutação dos valores-Nietzsche)
Dos filosófos:
Schopenhauer
A fábula do porco-espinho é um dos textos mais conhecidos de Schopenhauer e mostra sua fria visão dos relacionamentos humanos.
"Num dia frio de inverno,alguns porcos-espinhos se juntaram para se aquecerem com o calor de seus corpos.Mas logo viram que estavam se espetando e se afastaram.Ficaram com frio de novo e se juntaram,ficando entre dois males até descobrirem a distância adequada.Assim é na sociedade,onde o vazio e a monotonia fazem com que os homens se aproximem,mas seus muitos defeitos,desagradáveis e repelentes,fazem com que se afastem."
Em outras palavras,Schopenhauer diz que deve-se tolerar a proximidade dos outros só quando necessária à sobrevivência,evitando-a sempre que possível,costumava referir-se aos humanos em seus escritos como "bípedes",forma bastante agressiva e sarcastica. Nietzsche-Frase também bastante conhecida:
"Odeio quem me tira a solidão,sem oferecer-me a verdadeira companhia." ...

Trechos:

SCHOPENHAUER Arthur.(Parerga e Paralipomena,de Schopenhauer,Vol.02,pág.651)

domingo, 10 de maio de 2009

Dia das Mães

DIA DA MÃES

Conhecendo um pouco da origem... Não é à toa que o dito popular... "Mãe é uma só "... vem sendo utilizado há muito tempo, pois desde a Grécia Antiga os gregos, toda a primavera, celebravam em honra de Rhea, a mãe dos Deuses.Em 1600, surgiu o chamado "Mothering Day" para que as mães da Inglaterra pudessem ser honradas, fato que deu origem ao "mothering cake", um bolo para as mães que tornaria o dia ainda mais festivo..Em 1907, Ana Jarvis, da Filadélfia, iniciou uma campanha para estabelecer o Dia das Mães nacional. Ela sugeriu celebrar a data no segundo aniversário da morte de sua mãe, um segundo domingo do mês de maio. Ana Jarvis e seus apoiadores firmaram-se no propósito de estabelecer o Dia das Mães nacional. Sua campanha prosperou e, em 1911, o Dia das Mães foi celebrado em quase todos os estados.Finalmente, em 1914 o presidente Wilson decretou oficialmente o Dia das Mães como um feriado nacional, fixado no segundo domingo de maio de cada ano.Um pouco de reflexão...Existem vários tipos de mães, umas que cuidam demais, outras que são autoritárias; aquelas que deixam seus filhos crescerem de uma maneira mais liberal... Poderíamos citar vários títulos diferentes, e com certeza encontraríamos também muitas mães que se encaixam em muitos destes perfis ao mesmo tempo.Ser mãe, educar, preparar aquele pequeno ser para uma vida...que tarefa séria. Muitas vezes podem surgir perguntas...Será que estou fazendo tudo certo?...Como a educação que estou dando irá interferir na vida de meu filho?...Será que eu sei ser mãe?...Nem sempre as respostas aparecem no momento que deveriam, deixando estas interrogações abertas e gerando novas dúvidas. Mas com certeza, aquele sentimento indiscritível de segurar seu pequeno bebê, alimentá-lo, vê-lo crescer, enfim, estar com ele, dando de sí aquilo o que puder dar...amor....qualidade*, são muitas vezes um ponto final às tantas dúvidas e medos que sempre irão surgir no decorrer da vida. Não importa a idade dos filhos, não importa o tipo de mãe... *(pois quantidade sem qualidade não preenche a necessidade e muito menos diminui algumas culpas de muitas mãe por precisarem estar ausentes). Não poderíamos terminar esta homenagem, sem antes falarmos das avós. Chamadas de "segundas mães", muitas delas por infinitas vezes estão ao lado e mesmo à frente da educação de seus netos. Com sua sabedoria, experiência e com certeza um sentimento maravilhoso de estar vivenciando os frutos de seu fruto, ou seja, a continuidade das gerações.

Feliz Dia das Mães!!!

(Apesar de saber que nenhuma "mãe" em perfeita sanidade mental

lê essa_________________de blog.

Colaboração: Elibsilva - www.paralerepensar.com.br/elibsilva.htm

segunda-feira, 4 de maio de 2009

Filosofia

Noel Rosa

Composição: Noel Rosa

O mundo me condena,

e ninguém tem pena

Falando sempre mal do meu nome

Deixando de saber se eu vou morrer de sede

Ou se vou morrer de fome

Mas a filosofia hoje me auxilia

A viver indiferente assim

Nesta prontidão sem fim

Vou fingindo que sou rico

Pra ninguém zombar de mim

Não me incomodo que você me diga

Que a sociedade é minha inimiga

Pois cantando neste mundo

Vivo escravo do meu samba,muito embora vagabundo

Quanto a você da aristocracia

Que tem dinheiro, mas não compra alegria

Há de viver eternamente sendo escrava dessa gente

Que cultiva hipocrisia.

Por que o preconceito e hostilidade em relação a Filosofia?

Como vimos na postagem anterior que Schopenhauer desde jovem,sabia que devido a sua condição de filosófo,seria isolado das demais pessoas.

O preconceito surgiu desde VII a.C,com Tales de Mileto,considerado o primeiro filósofo,por ser o primeiro a se preocupar com a origem do universo,estudava os astros,daí já surge a deixa para insinuar seu estudo,algo "abstrato" demais,sem utilidade.Ao menos era o que os gregos acreditavam,pois teoricamente antes de Tales,ninguém nunca se preocupou em explicar a origem do universo com o uso da razão.Platão em sua obra "Teeteto" adverte que essa pilhéria não passa da realidade de quem se dedica a Filosofia.

"Tales era tão interessado no estudo dos astros que costumava caminhar olhando para o céu. Certo dia, absorto em seus pensamentos e raciocínios, acabou tropeçando e caindo em um poço, sendo motivo de riso e caçoada para uma escrava que ali se encontrava. Espalhou-se, então, o boato de que Tales se preocupava mais com as coisas do céu, esquecendo-se das que estavam debaixo de seus pés."

Tales pode ser comparado aos professores de Filosofia do Ensino Médio,mostrando em exemplo mais detalhado,afinal o preconceito de Tales se aplica a todos que se dispõe ao estudo da Filosofia,mas continuando,como tinha dito na primeira postagem,quando o jovem se vê perdido a algo tão abrangente,a Filosofia,além do mais tudo que é novo e desconhecido é alvo de escárnio e ideias sem fundamentos.No primeiro ano do Ensino Médio, logo forma-se o preconceito,pois os conceitos simplistas surgem primeiramente da figura do professor,distraído,lunático,o ser que vive no mundo da lua,classificando também o estudo da Filosofia,assim como aconteceu com Tales e gerando até hoje o preconceito.

Vários filósofos relatam em seus livros a conformidade com a solidão e alguns até aprofundaram-se sobre esse conceito,afirmando que a solidão é algo indispensável ou até mesmo inevitável a quem se interessa pela Filosofia.Alguns filosófos como:Nietzsche,Schopenhauer e Kant são reconhecidos pelo grande pessimismo(eu diria realidade),crítica e valorização da solidão.Mas será que desejavam a solidão e o afastamento das pessoas realmente?Ou serão frutos de decepções e rejeições causadas por pessoas preconceituosas?

Mas me chama muita atenção um trecho de Epícteto,filósofo romano, que além de escravo ainda sofria com o preconceito a seu estudo.Mesmo assim nesse trecho ele "orgulha-se" de não se importar com classificações de seu modo de vida e seus interesses.

"Se você se interessa muito por filosofia,prepare-se para ser motivo de riso e escárnio de todos.Se persistir em seu interesse,saiba que essas mesmas pessoas depois irão admirar você.(...)E que,se por acaso der atenção a fatos externos,para agradar a quem quer que seja,fique certo de que arruinará seu estilo de vida."

Vídeo da música de Noel Rosa http://www.youtube.com/watch?v=WLulUs4WUkU&feature=PlayList&p=8054CEC5A285E3F6&playnext=1&playnext_from=PL&index=6 Versão de Mart'nalia:http://www.youtube.com/watch?v=S2rgFIsOEgc

domingo, 3 de maio de 2009

O que é Φιλοσοφία?

Φιλοσοφία=Filosofia,palavrinha bonita que Pitágoras de Samos,pré-socrático,deu a essa Ciência.
Então o que é a tal Filosofia?
"Definições" de filosofia dos filosófos:
Aristóteles
Platão
Immanuel Kant
Demerval Saviani
Schopenhauer
A filosofia para Aristóteles é, por assim dizer, a mãe de todas as ciências, porque ninguém impõe critérios a ela. Ao contrário, se existem regras, se existem parâmetros para chegar a algo específico, é a filosofia quem os estabelece, pois é do dedutivo, do geral, que partem as linhas orientadoras que guiam a mente do homem em direção a um determinado conhecimento.
Em "Eutidemo" de Platão, é o uso do saber em proveito do homem, o que implica em, 1º, posse de um conhecimento que seja o mais amplo e mais válido possível, e , 2º , o uso desse conhecimento em benefício do homem.
Para Immanuel Kant, é ciência da relação do conhecimento finalidade essencial da razão humana, que é a felicidade universal; portanto, a Filosofia relaciona tudo com a sabedoria, mas através da ciência.
Saviani diz que a filosofia é uma "reflexão(radical,rigorosa e de conjunto)sobre os problemas que a realidade apresenta".
Saviani refere-se apenas a reflexão,mas simplifica demais e refere-se apenas a uma atividade específica da Filosofia,poderia ser uma definição mais técnica,enfim...o "pensar" é uma atividade comum,feita em qualquer outra ciência,não se necessita de filosofia para pensar,como muitos se enganam,definindo a Filosofia até como a "arte de pensar",isso não passa de uma metáfora muito mal formulada.
A filosofia basicamente busca a desbanalização,a quebra do senso comum e a superação de conceitos simplistas e baseados no "nada",por isso exigi-se crítica e reflexão e argumentação,príncipios básicos de quem filosofa.
Para terminar, o conceito de Filosofia em Schopenhauer,quando adolescente,pressentiu o enorme isolamente em que viveria mais tarde,devido ao interesse a filosofia.A que considero a mais bela e simples,pois ele expressa o que é ver o mundo "do alto" e do"orgulho" que tem de sua visão de filósofo,objetiva...
"A Filosofia é uma estrada isolada numa grande montanha(...) e quanto mais subimos,mais isolados ficamos.Quem a percorre não deve temer,mas deixar tudo para trás e abrir caminho,confiante,na neve do inverno.(...)ele logo vê o mundo lá embaixo,suas praias e pântanos somem de vista,seus pontos desiguais se aplainam,seus sons estridentes não alcançam mais os ouvidos.E sua redondeza surge para o caminhante,que recebe sempre o ar frio e puro da montanha e desfruta do sol quando tudo lá embaixo está mergulhado na escuridão da noite."

sábado, 2 de maio de 2009

Apresentação

Criei esse blog porque sinto grande vontade de escrever sobre o assunto que mais me interessa,Filosofia.As palavras da Filosofia me encantam muito mais do que versos das mais belas poesias,me sinto perdida nessa grandiosidade e mar aberto que é a poderosa Filosofia.Agora já apaixonada por essa ciência posso ver o quanto, buscando-a,me abriu os olhos para outro mundo,antes desconhecido e sem graça,ainda tenho muito a "enxergar",mas o pouco que já consigo enxergar,faz com que eu queria mergulhar muito mais, em águas profundas,no mar do verdadeiro conhecimento.
Ainda curso o Ensino Médio,por isso não pode-se esperar grande coisa,mesmo porque a Filosofia nas escolas públicas é totalmente desvalorizada,(até Educação Física tem mais aulas que Filosofia)assim como o ensino da Sociologia(imposta tanto na escola como já em vestibulares),ciências sem tradição consideradas "abstratas" pelo jovem.
E por que?
Porque quando os jovens começam a cursar o Ensino Médio e se deparam com um estudo que exige reflexão(e não pensamento como dizem os próprios alunos,pensar se pensa em qualquer matéria) jamais feita em outra matéria ou ao menos com mais rigor.Perguntas como "O que é a justiça?" "o que é o mal ou o bem?",os jovens ignoram,consideram perguntas sem nexo ou lógica.Começando do professor à matéria Filosofia,o preconceito do jovem perdura durante todo o Ensino Médio,ou seja,o recurso na escola já é limitado para a aprendizagem,sem o interesse do jovem,terminam o Ensino Médio sem saber interpretar um texto e senso crítico,sem saber ao menos o que é a Filosofia.
O desinteresse do estudante se reflete nos poucos profissionais em Filosofia e consequentemente poucos professores de Filosofia.
Eu não diria a solução,mas uma aceitação melhor dos alunos,se a Filosofia fosse imposta nas escolas públicas durante o Ensino Fundamental,quando jovens,aceitariam melhor o ensino da Filosofia com mais rigor.Como Kant dizia:"Não se pode ensinar Filosofia,mas pode-se ensinar a filosofar",por que não ensinar as crianças a filosofar?Elas são capazes de entender,com toda certeza.
Por enquanto apenas podemos esperar que a Filosofia e a Sociologia sejam estudadas ao menos por extrema necessidade,embora não saibam que conhecimentos nessas áreas podem fazer toda a diferença no vestibular a partir de agora...