sexta-feira, 12 de março de 2010

O discurso de Diotima no Banquete de Platão

Resumo da leitura do dialógo de Platão apresentada em classe, focando na imagem da mulher na Grécia Antiga(Diotima de Mantinéia-Banquete de Platão)
Algumas evidências apontam para o fato de que Diotima de Mantinéia realmente tenha existido e teria sido uma personagem histórica, porém outras evidências apenas apontam para mais um personagem produzido por Platão, ou até mesmo pelo próprio Sócrates. Dentro do contexto do Banquete, afirma-se que Diotima chegou em Atenas para ajudar contra a peste durante a Guerra de Peloponeso,onde teria feito um sacrifício quando Sócrates entrava na casa dos trinta. Nesta época as únicas mulheres autorizadas a dirigir a palavra aos homens e falar em público sem temer o castigo ou desgraças, eram as sacerdotisas, prova que nem todas mulheres eram excluídas dos discursos filosóficos da antiga Grécia. É indispensável reparar que no diálogo de Platão, Sócrates substitui a si mesmo pela concepção de Diotima, que ao decorrer de seu dialógo se refere a estrangeira como dotada de muito entendimento no assunto Amor e muitos outros, expondo seu elogio ao discurso dela com seus próprios recursos. A semelhança do método que a sacerdotisa utiliza para explicar a natureza do Amor a Sócrates, não parece de primeiro momento querer explicar mesmo o amor, mas aparenta Sócrates usando de seu próprio método de contestação e do possível discurso de Diotima para chegar além dos que já haviam elogiado o amor de forma preocupada com a aparência e beleza de seus discursos e não com a preocupação de discorrer sobre o próprio Amor e depois suas obras, como Agatão se introduz em seu elogio que de nada discorreu. A figura de Diotima é essencial para que se possa entender a concepção feminina do Amor, o que se conhece hoje por “teoria platônica do Amor” aquilo que é beleza, ideal, sagrado por ser adequado. Concluindo então,Sócrates seu modelo erótico feminino, gira em torno da fecundidade, da concepção,geração e parturição no belo, capacidades particularmente femininas , geração de um primogênito,” não apenas ter e sim sempre ter”,o eterno.( 206-e ; 207-a). Se Diotima existiu ou não, não muito importa, mas sua figura feminina e seu significado expressivo como mulher, conhecedora de muitos saberes, ouvida por homens distintos é de grande valor histórico e social para tantos séculos de repressão e censura do pensamento feminino, mesmo que fictício,mas inserido numa obra de extrema importância e “atual” até nossos tempos como a de Platão.